O Abraço

O braço que me abraça
Também contagia
Quando os laços
São afetivos.
 
O braço que me abraça
Também machuca
Quando os laços
São rompidos.
 
Entre o afeto e romper
O importante é crer
Que o meu abraço
Não será esquecido.
Davi Matos

QUE ATENTE OUTRO

É estranho quando os sentimentos vem e vão,
Mas estranho quando eles voltam sem avisar.
Quem é este desejo, que instalou novamente?
Que incomodo é este com aparência de ciúmes.
Que coração torto este que me causa desgosto,
O sentimento deveria ter sido com um aborto;
Proibido ou não, já não se discute mais a questão,
Mas uma vez abortado não pode cometer o erro,
O erro deste regresso indigesto tão indesejado.
Foi duramente tirado depois de tantas ataduras
Na tentativa de salvar o que já havia se perdido
Depois de tanto sacrifício, como ousa regressar?
Que liberdade foi esta que te deixou adentrar,
Pois pode dar a meia volta, aqui não vai ficar.
Ele não tem dona e sem dona permanecerá.
Pegue todas suas recordações e as leve consigo,
As que deixarem vou todas incinerar até pó virar.
E antes que tentar novamente sua volta forçar,
Com cadeados e fechaduras vou tentar neutralizar
A volta de qualquer sentimento que venha atentar.

Por Davi Matos 

Para conhecer mais poemas do Davi visite seu blog.

Contos, Poemas, Críticas e Outras Bobagens

Novos Autores: A lua e o sol

A lua e o sol

(Thiago Tavares)

Reza uma antiga lenda tribal que, no final de sua divina criação, o Pai, todo poderoso, gerou um casal dotado de inteligência para governar o mundo e cuidar de tudo o que ali estava contido. Eis que surgiu o ser humano que, em sua origem, recebeu a graça da imortalidade. Ao homem, de pele negra, foi concedido o nome de Coaraci e a alva mulher chamou-se Jaci. Aos dois, Deus fez uma única restrição. Jamais poderiam se alimentar dos belos frutos de uma determinada árvore. Dizem os índios que esta foi a forma que o Criador escolheu para testar a obediência de suas criaturas capazes de raciocínio.

Temerosos de uma possível punição, o casal obedeceu e, distantes da árvore que chamaram de proibida, cultivaram o amor que fez a barriga de Jaci inchar. Deus então se fez presente para informar que um filho estava por vir e Coaraci, numa felicidade imensurável, saiu pelo mundo a fora à procura de um presente para dar a sua amada. Tempos depois o primeiro homem da Terra regressou com a mais bela concha do mar e a entregou para sua mulher que a recebeu com satisfação. Iraputã, menino de pele mesclada entre o alvo e o negro, foi o primeiro dos muitos filhos que o casal concebeu e, todas as vezes que a barriga de Jaci inchava, Coaraci realizava o mesmo ritual. Partia em busca de um novo presente que sempre sobrepujava o anterior. Assim ele fez até que não restasse nenhum presente inovador. Coaraci então regressou com uma concha do mar, repetindo o presente que havia dado há séculos.

Mal acostumada, Jaci não a recebeu com a mesma satisfação de outrora. Havia se tornado uma mulher vaidosa e exigente. Descontente, pediu ao seu amado que partisse e só retornasse quando encontrasse algo que superasse o último presente. Coaraci então explicou que já havia lhe dado tudo, no entanto, Jaci disse que ele estava enganado, pois ainda havia algo que não tinha recebido. Intrigado Coaraci perguntou o que era e espantou-se ao ouvir a resposta. Jaci desejava o fruto da árvore proibida.

Coaraci mencionou a restrição de Deus, mas sua amada, que desejava provar daquele fruto, estava irredutível. Como não desejava decepcioná-la ele então partiu com a promessa de trazer o fruto e, diante da árvore proibida, enfrentou em seu íntimo a árdua escolha entre o amor que sentia por Jaci ou a obediência ao Pai. Permaneceu por muito tempo nesta reflexão até que finalmente tomou sua decisão e voltou. Neste ínterim sua mulher já havia dado a luz e esperava, ansiosamente, pelo presente. Coaraci se aproximou e entregou o fruto que trazia consigo. Em seu livre arbítrio optou por agradar a amada.

Diante do fruto pomposo, Jaci não pensou duas vezes. Mordeu, com vontade, saboreando o néctar suculento daquele alimento. Como no primeiro momento nada aconteceu, Coaraci sentiu-se tentado e também experimentou do fruto. Os dois comeram até que o último pedaço fosse ingerido e Deus então surgiu. Ao vê-lo Coaraci, imediatamente, tomou a frente de Jaci e disse ser o culpado de tudo, pois fora ele quem apanhara o fruto da árvore proibida. Esta por sua vez tomou a responsabilidade para si alegando haver influenciado seu amado. Percebendo que o amor entre os dois era maior que tudo, Deus julgou que o castigo mais adequado seria a separação do casal. Eis que os dias passaram a ser divididos em luz e escuridão e os dois foram lançados aos céus. Coaraci para guardar o dia e Jaci para guardar a noite. Com isso os dois são afastados e Deus então se volta para os filhos do casal destituindo-os da imortalidade para que possam morrer e, por diversas vezes, renascer ora como pais ora como filhos ora como homens e ora como mulheres até que aprendam a amar a si mesmo e a seus semelhantes de forma igualitária e ao criador sobre todas as coisas.

Os índios relatam que desde aquele dia surgiu a chuva. Lágrimas que do alto dos céus o casal verte pelo remorso e pela dor da separação. No entanto, Deus, em sua infinita bondade, um belo dia permitiu que o casal, que estava afastado para toda a eternidade, pudesse se encontrar. Feliz pela notícia Coaraci, como fazia em outrora, partiu em busca de um presente inesquecível e, assim que retornou, encontrou-se com sua amada. Eis que surgiu o eclipse, fenômeno raro que acontece de tempos em tempos com a autorização do Pai criador. O período da visita fora bem curto, mas os dois puderam matar a saudade que sentiam um pelo outro. Quando finalmente chegou o momento da despedida, Coaraci então espalhou, ao redor de sua amada, às milhares de pedras preciosas, que havia encontrado pelo universo a fora. Eis que surgiram as estrelas e emocionada Jaci chorou. Daquele dia em diante a chuva passou a representar não somente a tristeza, mas também a felicidade.

Muitos historiadores acreditam que este texto antigo deu origem a inúmeras crenças religiosas que a humanidade conhece atualmente, outros tantos ousam dizer que não passa de mera fábula de um povo ignorante, Todavia, aos meus olhos, trata-se de um romance de beleza incontestável.

Se você gostou deste conto clik AQUI  e delicie-se!!!!!!!!!!!

Novos Autores: Thiago Tavares

É com muito prazer que anunciamos aqui  o primeiro parceiro  de 2012.

Um novo autor carioca, que nos encantou com seus contos de terror, poemas apaixonados e pensamentos fascinates…. Senhoras e senhores  com vocês o encantante ThiagoTavares.

CONHEÇA O AUTOR:

Blog:

thiagodamaso.blogspot.com

Blogueiro:

Thiago Tavares Dâmaso dos Santos

Por que esse nome para o Blog:

Eu penso da seguinte forma: Quer ser escritor? Pois então apanhe seu nome e seus textos e jogue-os aos quatro cantos do mundo. Se você for bom, o retorno virá mais depressa do que possa imaginar.

Fale um pouco sobre você:

Sou alguém que procura não perder as oportunidades de crescer como indivíduo, que não quer ser rico, mas sim feliz com o que faz. Sou um sonhador do tipo que prefere o silêncio a dizer bobagens e que fez da escrita sua principal arma para esboçar o que sente.

Qual seu maior sonho?

Meus sonhos são encadernados e todos dotados de muitas páginas. O que mais desejo é andar pelas ruas e ver pessoas passando o tempo com meus sonhos.

Pra você o que é felicidade?

A felicidade é frágil, inconstante, ora rara, ora abundante, mas, em todo caso, um sentimento fascinante que costumo vivenciar ao lado daqueles que amo.

Hobby:

Escrever

Livro de cabeceira:

O Diário de um Mago (Paulo Coelho)

Música:

Bem Vinda (Jeito Moleque)

Cor:

Verde

Frase:

“Obstinado é o homem que triunfa na batalha diária contra as próprias limitações sem nunca desistir de seus sonhos e metas”.  (Thiago Tavares)

“Pagai o mal com o bem, porque o amor é vitorioso no ataque e invulnerável na defesa”. (Lao Tsé)

Fado

Percorro caminhos tortuosos
Plenitude da minha solidão
Espírito rebelde
Impaciente
Encaro minha condição errante
Porém livre

Escolho viver um descaminho
Encontrar-me em mudança
Pobre destino
Impetuoso
Morro a cada manhã
Porém renasço

Victor Soares

 Conheça + textos do Victor visitando seu blog VicciVic.